segunda-feira, 20 de janeiro de 2025

Sobre a obstinada idolatria dos conservadores católicos às praias.


Felizmente, nos últimos anos, alguns padres como Pe. Paulo Ricardo, Pe. Leonardo Wagner e, mais recentemente, o Frei Gilson vêm alertando sobre o perigo das praias e outros banhos públicos para o pudor. O que eles fazem nada mais é do que reproduzir o que a Igreja e os melhores moralistas ensinaram sobre o assunto.

Parece que alguns conservadores estão finalmente se convencendo que usar biquinis e sungas na praia é algo imoral. Contudo, ainda que estejamo dispostos a reconhecer isso, não parecem ter o mesmo ânimo para reconhecer outros problemas da praia moderna.

Recentemente, a influenciadora católica Ana Luísa Brochi lançou em sua loja "Dolce Maria Modestia" uma coleção de looks de praia chamada "Recomeço". Segundo Ana, é necessário que as católicas abandonem os biquinis e comecem a usar um look mais modesto nas praias.


Na mesma vibe, Simone Medeiros lançou em sua loja "Rainha do Céu Moda Pra Rezar" um look de banho alternativo ao biquini:


Antes de ir ao problema que este artigo irá se debruçar, não podemos deixar de pontuar a completa falta de noção dessas conservadoras na venda de seus produtos. Como veremos no corpo deste artigo, os trajes utilizados por Ana Brochi e Simone Medeiros só seriam adequados, se nos banhos houvesse separação absoluta dos sexos, pois, patentemente, os looks lançados não se adequam aos critérios seguros de modéstia no vestir, conforme já exposto neste blog:
"Que as partes privadas devam estar sempre cobertas parece evidente, mas o quanto as partes semiprivadas também precisam? O critério mais recomendado pelos moralistas segue a seguinte divisão:

1. Braços: ao menos os ombros cobertos;

2. Pernas: ao menos os joelhos cobertos;

3. Seios: totalmente cobertos;

4. Costas: totalmente cobertas."

Estes critérios são fortemente sugeridos por Don Pius Mary Noonan em sua obra "Figs Are Not Leaves":
"Correndo o risco de soar antiquado (algo errado nisso?), eu afirmo que o traje de banho do início do século XX é apropriado. As mulheres usavam shorts longos pelo menos até os joelhos e camisas com mangas até o cotovelo. Os homens faziam praticamente a mesma coisa. Quando você vê fotos daqueles dias, não pode deixar de admirar a propriedade e a dignidade de tudo isso. Além disso, a maioria dos banhos era feita em família ou com homens e mulheres tomando banho separadamente. Se todos respeitassem essas regras, seria possível ir à praia sem estar em uma ocasião constante de pecado mortal."
Vejamos que o lançamento de Ana Brochi é realmente inadequado. Como que fazendo um "strip-tease" Ana vai abrindo o roupão e revelando, em seu vídeo de lançamento, um look de praia que não é muito diferente de um espartilho:
                                   
  

Ainda que esse look fosse aceitável em praias e piscinas sem homens, ele jamais poderia ser divulgado na internet usando mulheres reais como modelos. Afinal, homens verão. O mais correto seria divulgar tais roupas em manequins ou a própria peça nua e crua sem modelos fornecendo toda a sensualidade à peça. Ana Brochi, uma mulher casada, não se atentar a isso e ainda se apresentar como modelo para vestir o produto, só demonstra um conhecimento superficial da vivência da modéstia que muitas dessas moças têm.

Já Simone Medeiros justifica o seu look com as seguintes razões:

🌹Tem as mulheres que já não gostam mais do biquíni, então usam maiô cavado

🌹Tem as mulheres que tem uma experiência do amor de Deus e começam a mudar de vida… percebem que o biquíni e o Maiô cavado não fazem mais parte da sua busca de santidade…

E então…

🌹Tem as mulheres que já não usam mais biquíni e maiô cavado, elas usam o maiô vestido regata.

🌹E tem as mulheres que não usam mais nada curto, justo e com regata, já estão no caminho a mais tempo…

🌹E esse modelo é para todas as mulheres que estão no início de seu caminho de conversão! Então, nós ajudamos você a trilhar esse caminho com modéstia aos poucos! E sempre com beleza e devoção!

Vamos juntas!?

Se entendemos bem, Simone Medeiros faz um look menos modesto para "ajudar" as mulheres que estão no início da conversão. Chega a ser inacreditável a justificação de Simone. Porque, por este raciocínio, seria possível vender qualquer roupa imodesta desde que houvesse outra mais imodesta ainda, sob a justificação de "ajudar na progressão da conversão". É rir para não chorar.

Mas, enfim, por que Ana e Simone estão apostando todas as suas fichas em looks "modestos" para praias? Aqui, finalmente, chegamos ao objeto de nosso artigo, que consiste em responder a seguinte pergunta: "O problema da praia" pode ser resolvido com uma pessoa simplesmente se vestindo melhor e indo à praia, isto é, abandonando o biquini, o maiô ou a sunga?

Em pese essas moças conservadoras estejam dizendo que "Sim", a resposta é "Não". Porque um outro aspecto que a pessoa precisa observar, com certeza moral, é se, além do próprio traje, o ambiente que ela frequenta também é modesto.

Nesse sentido, os Papas sempre foram muito claros da necessidade do cristão não frequentar ambientes onde a imodéstia é a regra local:

Pio XI, por exemplo, alertando os pais sobre os eventos de ginástica, diz:
"Que os pais mantenham suas filhas longe do público de jogos e competições de ginástica, mas se as suas filhas são obrigadas a frequentar essas exposições, deixá-los ver que elas estejam totalmente e modestamente vestidas."  (AAS, 1930, vol. 22)
Os princípios lançados por Pio XI para ambientes reconhecidamente imodestos são simples:
1. Lugares imodestos devem ser a todo custo evitados, principalmente se são públicos.

2. Se a pessoa for obrigada a estar em um ambiente assim, ela deve estar total e modestamente vestida.
Em outras palavras, caso uma pessoa vá a um ambiente sabidamente imodesto, ela só poderia estar lá por obrigação, não por opção; e deve estar total e modestamente vestida, isto é, rechaçando todo tipo de nudez parcial ou total e vestindo-se de modo que afaste qualquer apelo sensual.

Vários moralistas aplicaram estes princípios para os mais diversos ambientes.

Às academias:
"É reprovável o costume vigente em muitas academias de exibir pinturas de modelos de mulheres, cobertas somente nas partes genitais. Aqueles que, por necessidade, são obrigados a frequentar tais academias, usando as necessárias cautelas, estão justificados." (Compêndio de Teologia Moral, Teodoro Del Greco)
O que Del Greco aplica às academias, isto é, a reprovação à visão de pessoas com trajes reduzidos, é perfeitamente aplicável às praias.

Neste caso, a pessoa só estaria escusada de frequentar uma academia/praia assim, se realmente houvesse uma necessidade/obrigação de estar lá, jamais porque apenas deseja ir.

À prática de certos esportes:
"Nos exercícios de ginástica, mesmo quando se usam uniformes, ter cuidado especial com a modéstia cristã das moças e meninas, que é tão gravemente prejudicada por qualquer tipo de exibição em público." (Moral and Pastoral Theology, Henry Davies, p. 228, vol. II)
"Quando os esportes femininos começaram a tornar-se populares, existiam regras rígidas quanto à sua aparência. Se observar as tenistas do início do século XX, por exemplo, vê-las-á usando saias compridas e mangas compridas na quadra. À medida que a moda pública evoluiu, o mesmo aconteceu com as roupas esportivas femininas e, hoje em dia, estas aparecem geralmente menos vestidas do quee os homens, usando calções ou minissaias que deixam grande parte das coxas visíveis e, por vezes, mostram ombros e costas nus; isso não é certamente aceitável. As coxas, os ombros e as costas de uma mulher nunca devem ser exibidos em público. De fato, a Sagrada Escritura fala de tal demonstração como algo vergonhoso numa mulher: "Descobre a tua vergonha, desnuda os teus ombros, desnuda as tuas pernas, atravessa os rios. A tua nudez será descoberta, e a tua vergonha será vista." (Is 47, 2-3).⁠"(Figs Leaves Are Not Enough, Don Pius Mary Noonan)
Obs: É impressionante notar que o que as Sagradas Escrituras chamam de vergonhoso para uma mulher é basicamente o "way of life" da católica moderna e até conservadora.

Aos bailes:

Royo Marín em "Teologia Moral para Leigos", n. 551, assim diz:
"Em geral devem ser desaconselhados os bailes modernos nos quais as pessoas dançam abraçadas... Mas poderia ser tolerados às vezes, caso se reunissem as quatro condições seguintes, muito difíceis na prática:

a) Em locais privados e honestos...
b) Com pessoas decentes...
c) De maneira decente, que exige como condições mínimas... o uso de trajes que nada tenham de escandaloso e provocativo;
d) Com boa intenção..." 
Aos concursos de beleza:
"Concursos de Beleza. Outra ocasião de pecado e de cooperação no mal, com escândalo, é constituída hoje pelos chamados "Concursos de Beleza", subproduto de uma sociedade depravada. São concursos de caráter regional, nacional e universal, nos quais é escolhida a jovem que apresenta maiores perfeições de beleza física, para receber o título de "Miss" ou "Rainha". O atual processo seletivo é repugnante não só à consciência cristã, mas também a qualquer pessoa que tenha o mínimo senso de pudor. As candidatas ao título devem usar trajes reduzidíssimos, geralmente de tecido muito sutil, que permita os relevos de todo o corpo, até nas suas partes mais intimas. O exame é longo e minucioso, e o chamado desfile realiza-se perante numeroso público. O fato é reprovável sob todo e qualquer ponto de vista, porque constitui ocasião direta de pecado. A responsabilidade agrava-se, outrossim, pelo escândalo que causa o comparecimento da jovem ante o público muita vez heterogêneo. Isso, sem falar nas fotos e minuciosas mesuras levadas aos quatro ventos pelos rápidos veículos de publicidade, quais são a imprensa, o cinema, o rádio e a televisão." (Del Greco, Ibidem, n. 147)
Note-se que Del Greco afirma ser reprovável:
a. Pessoas se vestirem com trajes reduzidos ou salientes ao corpo;

b. Pessoas se apresentarem em público assim;

c. Pessoas compartilharem fotos vestidas dessa maneira em veículos de publicidade (aplica-se, portanto, às redes sociais).
E, finalmente, aos banhos mistos (praias e piscinas):

Antonio Peinador Navarro em "Cursus Brevior Theologiae Moralis":
"Não devem ser escusados de pecado grave as pessoas de diferente sexo que mutuamente se olham, conversam, passeiam, etc., quase nuas, nos balneários públicos, com trajes sumaríssimos que cobrem apenas as partes genitais dos homens ou das mulheres e os seios destas últimas. Embora não se procurem movidos por má intenção, entretanto o convívio demorado será necessariamente gravemente excitante. Ademais, quem assim se expõe à contemplação pública, comete pecado de grave escândalo" (COCULSA, Madrid, 1956, t. III, p. 596.)
Todas essas ponderações deveriam nos fazer ter um olhar mais crítico sobre diversos entretenimentos que a sociedade e o mundo amam e incentivam. Afinal, o cristão realmente precisa verificar se o ambiente é modesto, se há necessidade dele ir, etc. Ele não tem o direito de dispor dessa avaliação, se realmente ama sua condição de cristão.

De todos esses ambientes, a praia é, sem dúvida, o pior. Porque deveria ser evidente a todos que tomar banho não é algo que se faça publicamente, isto é, com mistura de sexos opostos. Nisto a Tradição da Igreja sempre foi absolutamente clara.

São Clemente de Alexandria:
"Os banhos permanecem abertos por igual, tanto para homens como para mulheres, e ali se desnudam em busca da incontinência. "Pela visão, nasce a paixão", como se no banho se lavasse o pudor. [...] É dever dos homens se envergonhar de se desnudar em companhia das mulheres, como nobre exemplo de verdade para elas, e evitar assim as olhadas escorredias." (O Pedagogo, L. III, cap. V)
Concílio de Laodicéia:
"Não corresponde que os sacerdotes, os clérigos, ou os monges, nem ainda os cristãos leigos se lavem nos banhos públicos junto com mulheres, porque isto é a primeira condenação que recebem por parte dos pagãos." (𝒄. 30: Mansi II,569)
Concílio de Constantinopla (Trullano) reproduz quase que ipsis litteris o ensinamento de Laodicéia:
"Não é lícito que aqueles que são dedicados à religião, sejam clérigos ou ascetas, lavem-se no banho com mulheres, nem qualquer homem cristão ou leigo deva fazê-lo. Pois isso é severamente condenado pelos pagãos. Mas se alguém for pego nessa coisa, se for um clérigo, que seja deposto; se for um leigo, que seja excomungado." (c. 77)
A "Didascalia Apostolorum" igualmente orienta a separação absoluta dos sexos nos banhos. Recaptula, ademais, o ensinamento de que a pessoa só pode frequentar um banho misto caso ela seja obrigada a isso:
"Quando houver banhos para mulheres na cidade ou no bairro, a mulher fiel não se lavará nos banhos com homens; pois se vós velais vosso rosto de homens estranhos com uma cobertura de castidade, como então ireis com homens estranhos aos banhos? Mas se não há banhos para mulheres, e vós sois obrigada a lavar-vos nos banhos para homens e mulheres, pelo menos isto é necessário: que vos laveis com castidade, modéstia, timidez e moderação."
Pe. José Maria Iraburu, em "Elogio ao Pudor", conta-nos que os banhos mistos foram completamente eliminados pela cristandade medieval e que as praias ficaram desertas por séculos até o século XX:
"Os banhos pagãos seriam completamente derrotados e até esquecidos na Idade Média. Com efeito, o cristianismo medieval cristalizou socialmente as normas morais patrísticas provenientes do Evangelho. Portanto, pelo menos como costume social, desaparece o problema dos banhos mistos, como tantos outros males do mundo pagão - a escravidão, o concubinato, o divórcio. E é por isso que, de fato, a questão dos banhos mistos dificilmente é abordada pelos autores espirituais ou pelos cânones dos concílios. É uma questão completamente superada. E permanecerá superado até que o paganismo ressurja com força na segunda metade do século XX. [...] As praias, de resto, permaneceram desertas durante esses séculos. Ainda hoje é normal ver sempre vazias as praias desses países africanos pouco ocidentalizados, pouco frequentadas pelos nativos e que só são visitadas pelos brancos."
Na mesma obra, o padre expõe uma dura crítica às católicas leigas que vivem uma "modéstia light" que não rompe realmente com a cultura corrompida em que vivem:
"Com frequência, contudo, as leigas católicas.... aceitam modas muito triviais, que ocultam a dignidade do ser humano; e não poucas vezes, até as melhores, se autorizam a seguir, embora um passo atrás, as modas mundanas, mesmo aquelas que não protegem o pudor, alegando: “somos leigas, não religiosas.” (variação do "Não somos muçulmanas, não andamos de burca"). 

"Ao vestir-se com menos indecência que as mulheres mundanas, já pensam que vestem-se com decência. Usarão, por exemplo, traje completo de banho quando a maioria das mulheres estiverem usando biquini; e se um dia a maior parte das mulheres estiver em topless, estas católicas usarão biquini, etc. Desta triste maneira, seguindo a moda mundana, que aumenta a cada ano mais e mais o impudor, embora seguindo-a um passo atrás, a católica fica tranquila porque “não escandaliza”; como se isto fosse de todo certo, e como se o ideal dos leigos neste mundo consistisse em “não escandalizar”. Além disso, não lhes traz problema de consciência ver assiduramente com seu traje decente outras pessoas em trajes não decentes nas praias e piscinas."

As palavras Pe. Iraburu são arrasadoras e derrubam todas as justificativas para se frequentar uma praia imodesta. Não sobra absolutamente nada, pois a conclusão é imperiosa: uma pessoa, ainda que bem vestida, que frequenta um lugar imodesto por opção, não está sendo realmente virtuosa, pois se expõe, desnecessariamente, a uma ocasião perigosa de pecar.

Devia ser óbvio a todos que a visão da nudez total ou parcial de alguém que não seja o próprio cônjuge é ilícita, a menos que haja motivo grave. Mas, infelizmente, católicos conservadores defendem uma  moral confusa que reprova o biquini, mas aprova Copacabana - onde a esmagadora maioria das pessoas estão seminuas.

Nos últimos meses vimos vários católicos conservadores publicando em suas redes sociais fotos de si mesmos ou de suas famílias na praia:

Os Brodbeck:


Notemos que a praia é mista (há homens na praia, como se observa na água) e há crianças, sendo que os homens estão apenas de calção e as mulheres de maiô (traje que não pode ser considerado decente). A exposição de crianças a esse tipo de ambiente é um agravante, pois os pais deveriam ser os primeiros a velar pela modéstia dos filhos, como ensina Heribert Jone em sua teologia moral:
"É venialmente pecaminoso olhar para as partes íntimas de outra pessoa do mesmo sexo ou olhá-las por curiosidade; fazê-lo intencionalmente e por algum tempo torna-se seriamente pecaminoso, especialmente se isso estiver conectado a uma certa afeição pela outra parte. Por uma boa razão, pode-se tomar banhos de luz, ar e sol, mas, na medida do possível, esses banhistas devem manter as partes íntimas de seus corpos cobertas. Por uma questão de modéstia, os pais, instrutores de natação, etc., não devem permitir que crianças pequenas se exponham umas às outras. Olhar para as partes semi-privadas de pessoas do mesmo sexo não é errado, a menos que seja feito com intenções sodomitas." (n. 237.b)
Os Varela/O Catequista (os suspeitos de sempre):

 


É impressionante como O Catequista consegue sempre piorar a situação. Não bastasse a praia ser mista e as pessoas não estarem bem vestidas (homens sem camisa, meninas de biquini), levar os filhos, Viviane Varela afirma ainda que está fazendo yoga e que faz tudo isso depois da Missa.

Viviane não vê problema em fazer exercícios de yoga na praia, desde que se abstraia as crenças religiosas a eles vinculadas. No entanto, como ressalta Alexander Frank, no Catholic Answers, os próprios exercícios do yoga são um ato de religião:
"O Ministério das Relações Exteriores da Índia diz: “Yoga é essencialmente uma disciplina espiritual baseada em uma ciência extremamente sutil que se concentra em trazer harmonia entre mente e corpo... A prática do yoga leva à união da consciência individual com a da Consciência Universal.” Então, o yoga é, em sua essência, uma disciplina espiritual. Esse trabalho espiritual está enraizado na crença de que a consciência, ou mais simplesmente a percepção, é o veículo para o divino."

Sendo assim, não deveria qualquer católico fazer atos religiosos de outra religião, ainda que não creia nela, em público, justamente para não ser confundido como um praticante dela e causar escândalo pela promoção do indiferentismo religioso. Afinal, alguém pode achar que Viviane está tentando se conectar com Deus por meio de exercícios físicos ao invés da oração, um grave erro contra a fé. Ademais, a prática da yoga em público sem qualquer esclarecimento configura, em termos práticos, a defesa da yoga enquanto religião.

A consciência moral do O Catequista está tão estraçalhada e obscurecida que eles conseguem se expor à imodéstia das praias e ainda fazer atos de culto de outra religião logo após a Missa e isso sequer faz cócegas em sua consciência.

Todos esses fatos demonstram o quanto falta aos católicos conservadores um ambiente realmente católico e tradicional. Mesmo que muitos deles sejam formadores, "catequistas", nota-se uma profunda confusão mental em coisas básicas. A cogitativa de católicos conservadores, geralmente, não funciona bem, pois não conseguem articular corretamente os princípios com a situação concreta. Praticam uma moral kantiana, uma "moral de boas intenções" sem se preocupar adequadamente com o ato exterior. Isto decorre, claramente, da falta de padres realmente tradicionais e bem formados que forneçam bons conselhos e de famílias que vivam princípios corretos e que possam servir de exemplo e de auxílio umas às outras. Via de regra, católicos conservadores que frequentam paróquias modernas cedo ou tarde sucumbirão à direita strip-tease, que incentiva o abandono da modéstia devagarinho...

É preciso concluir de todo o exposto que, infelizmente, as condições tradicionalmente requeridas pela teologia moral para assegurar a modéstia das praias, isto é, trajes decentes, lugar discreto e separação completa de sexos estão praticamente extintas das praias atuais, embora ainda seja possível assegurar tais condições em cachoeiras e rios.

O Pe. Luiz Fernando Pasquotto, no Sermão sobre Praias e Piscinas, igualmente atesta essa dificuldade:
"A verdade é que hoje, na prática, é muito difícil conseguir reunir todas as condições necessárias para que se possa ir à praia ou à piscina. Se for possível, não há problema. Mas um bom católico não discute sobre o limite do que é permitido e do que é proibido; deve ter a sua norma de conduta orientada pela sua fé. Deve deixar que todo o seu exterior transpareça a vida divina que leva na sua alma. [...] Há dezenas de opções de diversões que não ofendem a Deus, mas todos os anos milhões de pessoas vão à praia, sem preocupação alguma de que ofenderão a Deus e terão que dar contas a Ele do que fazem. A verdade é que os homens podem ter mudado, mas Deus não mudou."
As referências são robustas o suficiente para fazer qualquer cristão concluir que grande parte das praias não são adequadas para se frequentar e que elas acabam sendo, na maioria das vezes, um programa no qual ele é convidado a renunciar. A este respeito, são graves, decisivas e categóricas as palavras de Antonio Royo Marín:
"A alma que aspira seriamente a se santificar fugirá de todas as ocasições perigosas como de uma peste. E por mais difícil e doloroso que seja, renunciará sem hesitação aos shows, às revistas, às praias, às amizades ou ao trato com pessoas frívolas e mundanas, que podem ser ocasião para o pecado. Nas ruas, sobretudo nas cidades populosas modernas, exercerá a modéstia dos seus olhos para não tropeçar nas indecências das vitrines, na imódéstia descarada do vestir, na licença desenfreada dos costumes." (Teologia da Perfeição Cristã, n. 238)
Recomendamos vivamente o vídeo do Pe. Leonardo Wagner sobre as praias atuais:



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