sexta-feira, 15 de novembro de 2024

Pe. Chad Ripperger e os ataques histéricos e desonestos de Mike Lewis


Recentemente, o editor do conhecido site católico progressista "Where Peter Is", Mike Lewis, publicou um artigo chamado "The bizarre and dangerous views of a celebrity exorcist", no qual tece críticas ao Pe. Chad Ripperger sobre sua visão sobre demônios, outras religiões e doenças mentais.

Lewis busca manifestar em seu artigo crenças potencialmente "perigosas" do Pe. Chad Ripperger. Como veremos, nenhuma delas é perigosa e Lewis é desonesto, como de hábito, ao abordar intelectualmente o padre.

Sobre  a hierarquia dos demônios

A primeira crítica de Lewis se dirige ao ensinamento do Pe. Chad Ripperger sobre a hierarquia dos demônios. Segundo Ripperger, abaixo de Satanás há cinco demônios generais: 

a) Baal, demônio da impureza;

b) Asmodeu, demônio da homossexualidade masculina;

c) Lilith, demônio da homossexualidade feminina;

d) Leviatã, demônio da homossexualidade feminina, mas de tipo masculinizado;

e) Baphomet, demônio do sacrifício de crianças.

Lewis então diz:
"Vários católicos, incluindo clérigos e teólogos, criticaram sua apresentação como bizarra e estranha à teologia e tradição católicas.

De acordo com um desses padres-teólogos, Pe. Matthew Schneider, LC, os ensinamentos do Pe. Ripperger sobre a hierarquia dos demônios parecem se desviar das visões tradicionais, que frequentemente retratam os demônios como caóticos sem uma hierarquia clara ou os alinham com os sete pecados capitais. Ele escreveu sobre as alegações do Pe. Ripperger neste vídeo: "Até onde eu sei, ele está inventando coisas do nada."

Aqui Lewis e Pe. Matthew Schneider (Regnum Christi) simplesmente falam bobagens e causa espécie que afirmem que a hierarquia dos demônios não pertence ao ensino da Tradição católica quando ela é endossada por inúmeros Padres e Doutores da Igreja, sendo o principal Santo Tomás de Aquino, que assim ensina:

"Assim, pois, a disposição natural mesma dos demônios exige que haja entre eles superior. E isto também convém à divina sabedoria, que nada deixa desordenado no universo, e que atinge fortemente desde uma extremidade à outra, e dispõe todas as coisas com suavidade, como diz a Escritura (Sb 8, 1)." (S. Th. Ia pars, q. 109, sol.)

Respondendo à segunda objeção, o Doutor Angélico afirma que há concórdia entre os demônios e que ela se orienta contra a humanidade:

"A concórdia, pela qual uns demônios obedecem a outros, não nasce da amizade que tenham entre si, mas da nequícia comum com que odeiam os homens e repugnam à justiça de Deus. Pois, é o próprio aos homens ímpios unirem-se e submeterem-se aos de forças superiores, para executarem a própria nequícia."

O mesmo ensinamento é reforçado pelo famoso exorcista espanhol Pe. José Fortea em seu livro "Summa Daemonica":

"Algo que fora comprovado através dos exorcismos é que, entre eles, há uma supremacia dos superiores sobre os inferiores. Em que consiste tal poder? É impossível sabê-lo, pois não se sabe como um demônio [por isso mesmo, feito livre] pode obrigar outro a fazer algo, pois não há corpo para ser compelido ou coagido. Não obstante, pude comprovar que um demônio superior pode proibir um inferior de sair de um corpo durante um exorcismo. Ainda que o demônio inferior esteja sofrendo e queira sair, o superior pode impedir-lhe. Como um demônio pode obrigar outro a fazer algo [ou proibi-lo], sendo este imaterial, repito, continua sendo um problema que escapa à nossa compreensão."

Lewis e Pe. Matthew simplesmente ignoram uma das principais fontes da teologia católica, Santo Tomás de Aquino, e acusam Pe. Chad Ripperger de estar "inventando coisas". No entanto, a ignorância de Lewis e do Pe. Matthew sobre o assunto depõe decisivamente contra si mesmos.

É preciso dizer ainda que Lewis e Pe. Matthew não apenas ignoram a Teologia, mas também a Revelação divina que claramente chama o mundo dos demônios de reino do qual Satanás é príncipe (Mt. 12, 25-26).

Lewis faz, portanto, reinvidicações bizarras sobre a demonologia, mas finge que afirma algo normal e ainda atribui maluquice ao próximo.

Lewis é um desonesto intelectual de marca maior.

Sobre opressão/obsessão demoníaca e bipolaridade

Em seguida, Lewis traz uma "preocupante crença" do Pe. Ripperger, que seria a crença de que casos de transtornos de bipolaridade são, na verdade, opressões/obsessões demoníacas:

"O padre Ripperger frequentemente fala sobre questões de ciência e saúde mental. Ele também escreveu extensivamente sobre esses assuntos, como em seu tomo de 826 páginas sobre The Science of Mental Health. Ele também rejeita a evolução como "contrária à razão" e vê a pesquisa empírica com ceticismo. Uma visão potencialmente prejudicial que ele mantém é sua crença aparente de que o transtorno bipolar é realmente uma opressão demoníaca (Fonte. O trecho citado começa por volta das 26:00):

Não houve um único indivíduo que tenha vindo até mim com diagnóstico de transtorno bipolar, que esteja tomando medicamentos e que eu não tenha conseguido parar completamente de tomar os medicamentos e melhorar em três meses se eles fizessem certas coisas.

[...]

E basicamente é por causa da contradição principal de uma pessoa, ou algum tipo de contradição na vida de uma pessoa. [...] A contradição leva a  psicologia da pessoa a extremos maiores. E eventualmente chega a um ponto em que os demônios se inserem no processo e ele se torna realmente extremo.

É chamado de estado maníaco e depressivo. E a pessoa não tem controle sobre isso. Bem, geralmente isso pode ser quebrado bem rápido. Geralmente elas param de tomar os remédios em três semanas. Eles geralmente estão normais, se endireitam, se sentem normais depois de dois ou três meses. O que isso significa? Toda forma de doença mental pode ser causada por demônios.

Este arquivo de áudio específico foi difícil de encontrar porque foi removido do site do Ripperger. A princípio, pensei que essa alegação sobre transtorno bipolar poderia ser única, porque ele frequentemente parece inventar coisas conforme avança. Mas então me deparei com um pequeno clipe de uma palestra diferente na qual ele novamente afirma que o transtorno bipolar é realmente uma "obsessão demoníaca". Ele diz:

Casos de bipolaridade são, na verdade, casos de obsessão demoníaca. Eu sempre, toda vez que ouço a explicação ou o diagnóstico de psicólogos modernos sobre um, hum, bipolar, eu simplesmente, bem, mando o cara para um exorcista.

Em outras palavras, eu tive um sucesso fenomenal em realmente usar essa bênção que a Igreja tem no antigo ritual — que expulsa o demoníaco — em pessoas que são bipolares. Elas realmente param de tomar seus remédios como resultado disso. O que apenas confirma para mim, e eu acho que a explicação por trás disso é, é o fato de que elas geralmente estão fazendo algo errado para começar, ou algo em suas vidas as desestabilizou emocionalmente ou psicologicamente.

Esta é uma crença preocupante, para dizer o mínimo. O transtorno bipolar é uma condição de saúde mental bem documentada, com extensa pesquisa apoiando a eficácia de medicamentos e psicoterapia. Ao atribuí-lo a demônios e alegar que é o resultado da pessoa "geralmente fazer algo errado para começar", Ripperger descarta a compreensão científica da saúde mental e desencoraja os indivíduos de buscar tratamento médico apropriado. Suas opiniões podem levar a resultados perigosos, como pacientes descontinuando sua medicação sem supervisão médica, resultando potencialmente em mudanças de humor severas ou recaída. Além disso, igualar as condições de saúde mental com influência demoníaca perpetua o estigma e o mal-entendido. As opiniões de Ripperger levantam preocupações éticas (para dizer o mínimo) e potencialmente colocam as pessoas em grande risco."

A primeira coisa que se nota é que Lewis trata como verdadeiro absurdo alguém pensar que alguns casos de bipolaridade possam ter causa sobrenatural.

Todavia, os exorcistas são unânimes em atestar que muitos sintomas de transtornos mentais são idênticos ou semelhantes aos casos de influência demoníaca. Todos também são consensuais em afirmar que demônios podem causar doenças e transtornos mentais ou agravá-los.

Nesse sentido, recorramos, novamente, ao Pe. José Fortea em seu livro "Summa Daemoniaca":

"Pode o Demônio causar uma doença mental?

Se o Diabo pode tentar, também pode fazê-lo contínua, intensa, incansável, e tratar de conseguir, portanto, instilar uma obsessão, fobia, depressão ou outras enfermidades. Se já dissemos que [o Diabo] pode transmitir espécies inteligíveis, poderia fazê-lo com tal frequência que perturbasse a vida diária da pessoa até que estivesse desequilibrada [mentalmente]. Fazer isso, ele pode. Mas, Deus impede sua livre atuação sobre nós. Toda ação do Demônio sobre os seres humanos deve ser permitida por Deus.

A resposta, para a pergunta de se o Demônio pode provocar doenças mentais, é sim, se Deus o permite. Resposta essa que vale para tudo mais.

Inclusive se perguntarmos se podemos contrair uma perturbação mental sem o dedo do Diabo. Sim, se Deus o permite, sim! Trata-se de uma resposta que tem um caráter quase universal. No entanto, por mais abrangente que seja ━ sendo que ela é adequada a quase todas as situações ━, temo que não haja qualquer outra alternativa a essa pergunta.

Tendo nós conhecido o mecanismo interno pelo qual o Demônio nos tenta ━ a introdução de espécies inteligíveis em nossa inteligência, memória e imaginação ━, este modus operandi pode também ser usado de forma tão intermitente que venha a desequilibrar [a nível psicossomático] a pessoa.

Está ao alcance do Demônio tal faculdade. A única coisa que pode embargá-lo nesse expediente é a Vontade de Deus. Mas, vejamos: o impede sempre? Sem dúvidas que não! Se Deus não impede sempre a atuação das causas naturais que provocam a enfermidade [aliás, quase nunca], tampouco impedirá sempre a atuação do Demônio. Assim sendo, tanto neste âmbito como no campos das causas das patologias físicas e psíquicas, a atuação do  Demônio é excepcional. Toda enfermidade mental provém de causas naturais, até que se prove o contrário.

Por outro lado, se colocarmos, lado a lado, uma pessoa perturbada mentalmente por causas naturais e outra por atuação demoníaca, não teríamos condições de distinguir uma da outra, pois só veríamos o efeito externo."

Pe. Ripperger em seu livro de saúde mental citado por Lewis afirma que alguns casos de bipolaridade (não todos como desonestamente afirma Lewis) podem ter como causa a opressão demoníaca:

"Esses extremos indicam que a pessoa está sendo movida para um lado e para o outro. O bipolarismo é frequentemente confundido com essa atividade demoníaca. Embora nem todas as formas de bipolarismo sejam demoníacas em causa, já que podem ter a nós mesmos como causa, no entanto, não se deve presumir imediatamente que tenha uma causa física." (p. 568)

Portanto, a Ripperger reflete a mesma crença do Pe. José Fortea de que doenças psíquicas podem ter como causa o demônio. A diferença entre ambos é que Pe. Ripperger enxerga na bipolaridade um sinal bastante decisivo de atuação demoníaca, a ponto de dizer que não se deve presumir uma explicação natural para ela.

Então perguntemos: Por que Pe. Ripperger pensa assim?

Bom, a resposta está no próprio livro do padre e na natureza desse transtorno.

O padre ao tratar da opressão e da obsessão demoníaca as insere no campo das causas externas da doença mental. Ambas são descritas da seguinte forma:

Opressão diabólica

A opressão diabólica se manifesta em sintomas de doenças muito sérias a muito leves: "Não há possessão, perda de consciência ou ação e palavra involuntários." A opressão afeta a saúde, o emprego e os relacionamentos de alguém e seus sintomas incluem “raivas inexplicáveis ​​e uma tendência ao isolamento completo”. Jó (no Livro de Jó) é um exemplo claro desse tipo de influência demoníaca. Pode resultar em doenças físicas que não podem ser curadas por meios médicos. Pode afetar relacionamentos, por exemplo, quando inexplicavelmente há uma “briga” entre membros da família. Também pode afetar o emprego das pessoas, por exemplo, quando são demitidas repentinamente e sem motivo.
Obsessão diabólica

A compreensão dessa forma de influência demoníaca é particularmente importante para psicólogos e psiquiatras: Os sintomas incluem ataques repentinos, às vezes contínuos, de pensamentos obsessivos, às vezes até racionalmente absurdos, mas de tal natureza que a vítima é incapaz de se libertar. Portanto, a pessoa obcecada vive em um estado perpétuo de prostração, desespero e tenta suicídio. Quase sempre a obsessão influencia os sonhos. Algumas pessoas dirão que isso é evidência de doença mental, exigindo os serviços de um psiquiatra ou psicólogo. O mesmo poderia ser dito de todas as outras formas de fenômenos demoníacos. Alguns sintomas, no entanto, são tão inconsistentes com doenças conhecidas que apontam com certeza para suas origens malignas. Apenas um olho especialista e bem treinado pode identificar as diferenças cruciais.
Assim, a demonologia assenta certos sinais comuns da atuação diábolica, sendo estados mentais depressivos e maníacos sem uma causa aparente e nenhuma cura médica apenas alguns deles.

Ora, quando se analisa a bipolaridade, se verifica que ela possui todos esses sintomas, mas que não tem uma causa definida. E, embora tenha tratamento para sintomas imediatos, o transtorno não tem cura, como atesta a literatura médica a respeito.

Pe. Ripperger não está aqui cometendo a imprudência de "ver o diabo em tudo", mas analisando a natureza da doença e considerando suas possíveis causas. Para este tipo de transtorno mental ainda não há uma aparente causa natural, mas uma possível causa sobrenatural que funda-se no vasto conhecimento a respeito do comportamento diabólico.

Portanto, o padre está apenas considerando todas as causas possíveis, como ele próprio ensina em seu livro:
"Certas formas de psicologia moderna serão inerentemente inadequadas em relação a esses tipos de causas. Por exemplo, o behaviorismo que por sua natureza trata o homem não de forma diferente de um animal'” nega o papel do imaterial. Portanto, em seus esforços para “modificar o comportamento,” os behavioristas encontrarão o fracasso, já que a modificação do comportamento não resolve o problema da obsessão demoníaca nem qualquer doença mental que tenha sua raiz no voluntário. Qualquer psicologia que tire suas principais conclusões sobre saúde mental de um ponto de vista puramente materialista será inerentemente inadequada.
Somente uma psicologia enraizada no tomismo dará uma resposta adequada às dificuldades mentais das pessoas, pois somente o tomismo leva em consideração TODAS as causas possíveis, bem como uma delineação adequada da constituição ontológica do homem e, portanto, pode entender como as causas funcionam.
Com essa forma de atividade diabólica, duas abordagens do psicólogo devem ser mantidas em mente. A primeira é que o psicólogo deve esgotar as possibilidades naturais e auxiliar no aconselhamento do dirigido sobre o que fazer. Isso não implica que os psicólogos tenham que passar um por um pelas várias possibilidades naturais. Significa apenas que ele deve ter conhecimento delas e não encontrar nenhuma possibilidade natural em sua avaliação do dirigido. Além disso, ele deve garantir que os meios que o dirigido e ele, como psicólogo, podem empregar no nível espiritual sejam usados. Se a obsessão for uma que pode ser quebrada meramente pelas orações de alguém em estado de graça, psicólogos notarão, em casos onde esta forma de influência demoníaca está presente, melhora definitiva. Se depois que os vários meios forem usados ​​e o dirigido tiver feito fielmente sua parte, tanto no nível espiritual quanto no natural, pode ser prudente enviar o dirigido a um padre ou exorcista." (p. 559)
Lewis é desonesto, pois deixa a impressão de que o padre sugere simplesmente largar o tratamento médico e ir a um exorcista quando é exatamente o contrário do que o padre pede. O que o padre sugere é: Avalie as causas naturais. Se não existirem, procure um padre ou exorcista.

No caso específico da bipolaridade, a causa natural é desconhecida e seus sintomas se confundem com sinais da atuação angélica. Por isso, a origem natural do transtorno não é presumida. A forma de atestar se a causa é decisivamente angélica ou não é combater a doença sobrenaturalmente (por meio de orações, bençãos ou exorcismo) e verificar se ela cessa de existir.

A raciocínio do padre é perfeitamente lógico e prudente, pois considera todas as causas possíveis.

Lewis, contudo, raciocina o contrário. Por causa do seu progressismo teológico, o escritor, apesar de ser católico, pensa como um ateu. O demônio, embora não seja formalmente negado por ele, passa alhures do seu pensamento. Ou seja, ele não considera todas as causas possíveis. Se a doença é curada por meios sobrenaturais, o escritor não vê nisso uma decisiva intervenção divina. Afinal, como a doença "não tem cura", o perfeito estado mental da pessoa, nestes casos, só pode significar algum intervalo enganoso de ausência de sintomas da doença, mas não sua dissipação total. Assim, mesmo estando bem, a pessoa deve continuar tomando antidepressivos e antipsicóticos a vida toda mesmo não existindo causa médica para tomá-los.

Este raciocínio, claramente, presume materialismo, pois rejeita o remédio espiritual quando há sinais de que ele deve ser tomado, mas aceita a continuação de pesados tratamentos farmacológicos, mesmo sem qualquer evidência da sua atual necessidade, bastando que se afirme que a doença é incurável.

Do ponto de vista moral, esse materialismo presumido leva à imprudência. Porque não usar os meios adequados para resolver um problema ou dissipar recursos com problemas inexistentes é uma nota característica do homem imprudente. Porém, Lewis está tão afundado no seu progressismo teológico que não consegue ver isso. Ele não consegue enxergar a imprudência da mentalidade ateia e materialista nessas situações.

Mais uma vez, o ataque de Lewis ao Pe. Ripperger apenas depõe contra si mesmo e revela profundas convicções suas que, no fundo, são anticatólicas.

Sobre os não católicos

Lewis alega que Pe. Ripperger faz afirmações heterodoxas sobre os não católicos:

"O padre Ripperger tem muitos títulos acadêmicos em teologia e filosofia e é padre há muitos anos, mas aparentemente ele dormiu durante a palestra sobre a declaração do Vaticano II Nostra Aetate sobre a "Relação da Igreja com as Religiões Não Cristãs". Parece que ele pode ter pulado o seminário sobre ecumenismo também."

Segundo Lewis, Ripperger, nesta conferência, contraria o ensinamento do Concílio Vaticano II nos seguintes pontos:

a) Ao afirmar que cristãos e muçulmanos não adoram o mesmo Deus;

b) Ao dizer que não se pode rezar com protestantes;

c) Ao asseverar que fora da Igreja qualquer ato religioso é ofensivo a Deus.

Quanto a "a", Pe. Chad Ripperger apenas constata que nunca foi uma reinvidicação dos teólogos que muçulmanos e cristãos adorassem o mesmo Deus.

Aqui, obviamente, Pe. Chad Ripperger também refere-se ao Deus revelado em cada uma das religiões, não ao Deus Criador ou monoteísta alcançado pela razão natural e afirmado por cristãos e muçulmanos.

Esta obviedade fica ainda mais patente quando o padre diz que nem o Deus concebido pelos protestantes é o Deus católico. E, de fato, no plano da Revelação, o Deus católico é muito diferente de Allah ou do Deus "revelado" dos protestantes que predestina as pessoas ao inferno ou que aceita o divórcio, contracepção, etc.

Ademais, a crítica tradicionalista a respeito de Nostra Aetate sempre apelou ao plano da Revelação. Não é uma crítica herética ou heterodoxa, mas que revolve a uma falha de precisão textual do documento conciliar. Afinal, o corpo predicativo comum do "Deus uno" de cristãos e muçulmanos só vai até certo ponto, conforme o esquema abaixo:


Quanto a "b", Lewis diz:

"Ripperger contradiz diretamente o Papa São João Paulo II, que (como todos os papas recentes) rezou com protestantes e outros cristãos não católicos em muitas ocasiões. Em sua encíclica Ut Unum Sint, ele explicitamente encorajou isso: “Quando irmãos e irmãs que não estão em perfeita comunhão uns com os outros se reúnem para rezar, o Concílio Vaticano II define sua oração como a alma de todo o movimento ecumênico. Esta oração é 'um meio muito eficaz de pedir a graça da unidade, uma  expressão genuína dos laços que até agora unem os católicos aos seus irmãos separados” (UUS 21)."

Lewis, contudo, mais uma vez, se mostra desonesto, pois o "orar", no contexto indicado pelo padre, refere-se à participação de cultos protestantes, não às orações ecumênicas. Pe. Ripperger inclusive indica, no min 18'47", o artigo "The Holy Office on Worship with Non-Catholics from 1622 to 1939de Craig Allen, para reforçar seu ponto.

Quanto "c", o contexto é, novamente, deturpado por Lewis. O padre buscava explicar justamente porque a participação de católicos em cultos protestantes é ofensiva a Deus. Vejamos o que o padre diz:

"Somente aqueles em união com aqueles Apóstolos e sucessores podem fazer uso legítimo deles [elementos de santificação], porque se não o fizerem, se usarem esses elementos fora dos apóstolos e seus sucessores eles cometem um pecado de injustiça contra os apóstolos ou seus sucessores cujos direitos são os de ser guardiões desses elementos de santificação.

O que significa que, se você não está na Igreja, qualquer coisa religiosa que você faça — como batizar alguém — é na verdade ofensiva a Deus porque é contrária ao fato de que deveria ser feita em união com aqueles que têm direitos sobre esses elementos de santificação.

Os bispos basicamente têm o direito de fazer determinações de quando os sacramentos são aplicados, etc., e isso inclui orar sobre as pessoas ou com elas."

Ora, Pe. Ripperger nada mais está fazendo do que uma bela apologia da necessária união com a Igreja (tão cara a Lewis, um continuísta) que devemos ter e explicando como isso é uma obra de justiça para com Deus.

E, de fato, um católico sabedor da verdadeira religião não pode realmente participar de cultos protestantes ou outras religiões, ainda que elas façam uso de sacramentos e de outros elementos de santificação, sob pena de pecar contra a virtude da religião.

Embora possam existir elementos de santificação em outras religiões, como ensina o Concílio Vaticano II, a Igreja não ensina a bondade dessas religiões enquanto tais. Afinal, elas são inspiradas em erros metafísicos crassos (Ex: Animismo, Hinduísmo, Budismo, Espiritismo), revelações falsas (Islamismo), revoltas contra a Igreja (Ex: Ortodoxia e Protestantismo), em suma, em pecados contra a verdade e em obras de injustiça contra Deus.

Nesse contexto, um ato religioso, como o ato de batizar ou de conferir sacramentos, pode não configurar um ato de pecado pessoal do indivíduo, a depender do seu grau de consciência sobre a verdade sobre a Igreja, mas é, por assim dizer, um pecado daquela religião que administra sacramentos usurpando a autoridade de quem tem direitos sobre eles.

Ademais, a Igreja "nada rejeitar o que é santo em outras religiões" é apenas uma outra forma de dizer que ela não pode rejeitar o que é naturalmente sagrado e, portanto, seu. Ela definitivamente não está defendendo o uso ilegítimo desses elementos por outras religiões, pois, se assim fosse, Lewis teria que adotar uma posição incômoda para o seu continuísmo de esquerda, a saber, que não haveria qualquer irregularidade na dispensação de sacramentos por ortodoxos, sedevacantistas e padres da FSSPX, afinal, a Igreja em nada rejeita o que é santo...

Por fim, é preciso dizer que, ao contrário da oração entre católicos, a oração de católicos com não católicos não se presume lícita. Não é simplesmente livre a oração conjunta de católicos com adeptos de outras religiões. Ela precisa ser regulada pela autoridade competente da Igreja para ser devidamente autorizada, conforme define o Diretório para a Aplicação do Ecumenismo, para evitar o perigo do indiferentismo religioso:

"No nosso tempo há, aqui ou ali, uma certa tendência à confusão doutrinária. Portanto, é muito importante que, no campo do ecumenismo como em outros, evitemos abusos que possam contribuir ou levar ao indiferentismo doutrinário. Se as directrizes da Igreja sobre este assunto fossem desconsideradas, o progresso da autêntica busca da plena unidade entre os cristãos seria prejudicado. Compete ao Ordinário local, às Conferências Episcopais ou aos Sínodos das Igrejas Orientais Católicas garantir que os princípios e normas contidos no Diretório Ecuménico sejam aplicados fielmente e garantir que qualquer possível desvio seja evitado com cuidado pastoral.
(...) 
108. Se for caso disso, os católicos devem ser encorajados a reunir-se para rezar com os cristãos pertencentes a outras Igrejas e comunidades eclesiais, segundo as normas ditadas pela Igreja. Estas orações em comum são, sem dúvida, um meio eficaz de implorar a graça da unidade e são uma manifestação genuína dos laços com os quais os católicos ainda estão unidos a estes outros cristãos. A oração em comum é, em si, um caminho que conduz à reconciliação espiritual.
(...) 
110. Contudo, a oração comum deve ter como objetivo, antes de tudo, a recomposição da unidade dos cristãos. Pode centrar-se, por exemplo, no mistério da Igreja e na sua unidade, no baptismo como vínculo sacramental de unidade, ou na renovação da vida pessoal e comunitária como caminho necessário para tornar perfeita a unidade."

Ao que tudo indica, Lewis vê problema nas declarações do Pe. Ripperger, muito provavalmente, pelo fato da sua mente já não raciocinar com perfeita ortodoxia nesses temas.

Espíritos Geracionais

O próximo ataque de Lewis ao Pe. Ripperger refere-se à conferência feita pelo padre sobre "espíritos hereditários".

"Os exemplos acima, por mais perturbadores que sejam, podem não ser as ideias mais potencialmente prejudiciais e espiritualmente perigosas de Ripperger. Central para sua visão de mundo e abordagem do demoníaco é a noção de “maldições geracionais” ou “espíritos ancestrais” e coisas do tipo. Este conceito não tem lugar na doutrina católica.

(...)

Aparentemente, de acordo com o Padre Ripperger, espíritos malignos astecas ou maias podem afligir pessoas de herança latino-americana, e outros espíritos afligem nativos americanos — mesmo que suas famílias tenham adotado o cristianismo há séculos. Seria interessante saber se Ripperger alguma vez sugere ao seu público (na maioria branco) que eles podem estar sendo afligidos inconscientemente por demônios associados aos deuses nórdicos ou ao panteão romano.

Essa noção popular de espíritos e maldições geracionais merece uma análise mais aprofundada e uma crítica detalhada. Mas devo salientar que a maneira como Ripperger trata disso com seus contos sensacionais cheira a superstição e histórias de fantasmas tecidas para cativar seu público crédulo, feito de pessoas com apetite por contos fantásticos."

Aqui vemos um perfeito exemplo de como criticar sem dizer absolutamente nada.

Lewis afirma que os "conceitos de espíritos antecestrais e de maldições hereditárias não tem lugar na doutrina católica", mas também não esclarece se é algo contrário a ela. Afirma ainda que a noção popular de maldição hereditária merece ser criticada, mas não expõe a crítica. A única coisa que Lewis faz é sugerir "racismo" do padre, ainda que o Ripperger tenha afirmado em sua palestra que nunca viu uma família sequer que não padecesse do problema dos espíritos geracionais.

Não estamos aqui concordando ou discordando da tese do Pe. Ripperger, mas apenas pontuando a completa incapacidade de Lewis de demonstrar as "bizarrices" do padre, como promete no título do seu artigo. Até aqui Lewis só bateu pezinho, mas não demonstrou absolutamente nada.

Quanto à tese em si mesma, apesar de não termos nenhuma opinião sobre ela, não parece irrazoável. Diz o padre que espíritos geracionais são demônios que influenciam famílias, raças ou sociedades por gerações inteiras aproveitando-se pecados, inclinações ou maldições feitas naquela família ou nação.

Pe. Rippeger afirma que um espírito geracional entra numa família de três formas:

1. Pecado mortal cometido pela autoridade da família. Quando um chefe de família comete um tipo específico de pecado mortal e ainda coopera com as sugestões do demônio a respeito desse pecado, ele sujeita a família inteira à influência despótica desse demônio.

2. Maldições. Quando uma pessoa amaldiçoa outra. Pe. Ripperger afirma que isso pode afetar inclusive bebês desde o útero e conta casos de crianças abaixo da idade da razão que sofreram possesões demoníacas. O padre diz que esta é a razão da Igreja fazer exorcismos no batismo e cita o caso bíblico de Marcos 9, em que Jesus expulsa um demônio que possuía um rapaz desde a infância.

3. Permissão de Deus. Deus pode permitir por um motivo desconhecido por nós que um demônio geracional tente ou influencie uma família por gerações inteiras.

Por mais que estas ideias não integrem formalmente a doutrina católica, elas parecem ser uma realidade fática constatada por muitos padres e exorcistas tais como o Pe. John Hampsch, Pe. Gabriele Amorth, Pe. Robert DeGrandis, Pe. Lou Cerulli, etc., e estão longe de ser uma "bizarrice" teológica perigosa como faz parecer Lewis. 

Conclusão

Lewis é um perfeito exemplo de como o progressismo teológico simplesmente detona com o sensus fidei de uma pessoa.

O que se nota nas críticas dirigidas ao Pe. Ripperger é um profundo ateísmo ou agnosticismo que permeia toda a sua mentalidade.

Sabemos que essa mentalidade é oriunda de uma adesão, ainda que implícita, ao modernismo teológico, que é profundamente agnóstico.

Acreditamos que o progressismo de Lewis é oriundo de uma certa paixão desordenada antitrad. Há certos continuístas que se inflamam tanto em sua batalha antitradicionalista que se enveredam de vez para o modernismo/progressismo teológico, como ocorreu com Paul Fahey, colunista do site.

Está nítido que o ataque ao Pe. Ripperger, um dos mais eruditos e respeitados dos EUA, não foi gratuito. Lewis quer demonstrar a seu público que absolutamente nenhum católico ligado ao catolicismo tradicional é digno de confiança. Por isso faz ataques virulentos ao sacerdote, ainda que com isso só deixe mais claro sua própria ignorância teológica.

O problema é que esse tipo de empresa, isto é, de não olhar o que se diz, mas quem diz, destrói a busca natural pela verdade e, ulteriormente, o senso da fé. Nesse sentido, Lewis já olha com desconfiança doutrinas completamente ortodoxas da Igreja (hierarquia dos anjos, unicidade da Igreja como meio de salvação, atuação demoníaca no mundo, etc) e as confunde com "bizarrices trads".

Esse modus operandi também faz Lewis tornar-se cada vez mais desonesto. Por que Lewis menciona o livro de saúde mental do Pe. Ripperger, mas não cita os trechos em que o padre orienta a buscar primeiro a solução médica para os transtornos mentais ou que afirma que nem todos os casos possuem causa sobrenatural? Por uma razão óbvia: ou Lewis não leu o livro ou omitiu deliberadamente. Ou ele critica sem ler ou ele omite informação para denegrir o adversário. Em ambos os casos está sendo desonesto.


sábado, 9 de novembro de 2024

É o Catolicismo Tradicional o grande problema?


Um dos temas que tratamos de forma abrangente neste blog é o do incisivo combate que fazem os católicos neoconservadores ao Catolicismo Tradicional. Retratamos que esse fenômeno começou durante o período pós-pandemia, onde cresceu o que denominamos de "opusdeísmo cultural". Identificamos que uma das principais características dessa nova onda é a oposição à onda católica anterior, que perdurou durante durante os anos 2010-2019 e e que se identificava com o Catolicismo Tradicional.

Tem sido comum, não tanto entre homens, mas, principalmente, entre mulheres, a oposição ferrenha ao catolicismo tradicional. São moças que até participaram de comunidades tradicionais, mas que agora se sentem "libertadas" e possuem profunda ojeriza do catolicismo que outrora viveram. Muitas delas, hoje, senão 100%, apresentam comportamentos típicos do nomeado "feminismo católico".

Neste contexto, recentemente, a colunista Jules Freitag publicou uma sequência de stories sobre o seu novo olhar sobre o pontificado do Papa Francisco após anos de catolicismo tradicional, que chamou de verdadeiro "purgatório".


Jules, na sequência, faz uma sequência de comentários contra "os influencers":



Por fim, Jules passa a criticar aqueles que se opõem ao pontificado e expõe o clássico trecho do filme do Padre Pio, em que o santo dá uma bofetada em um fiel que fala mal do seu bispo.


Pois bem, o primeiro ponto que se deve observar é esse novo olhar sobre o pontificado do Papa Francisco. Não há problema em gostar do pontificado ou de algum aspecto dele, mas ele deve ser amado pelos motivos certos. Em regra, essas moças não amam o Papa Francisco pela ortodoxia ou por respeito ao clero ou algo parecido, mas pelo quanto o Papa não parece tradicional. Ou seja, os critérios adotados não são objetivos, mas regem-se segundo a ideia de que "o inimigo do meu inimigo é meu amigo" ou ainda "pelo quão laxista eu acho que ele é". 

O segundo ponto é que Jules aplica automaticamente as críticas aos "influencers" ao mundo tradicional quando, na verdade, são pouquíssimos os influencers que se consideram tradicionalistas. Via de regra, tradicionalistas não ligam para o Instagram. A maioria dos influenciadores católicos flutua numa amálgaga de marsilistas, olavetes, carismáticos, opusdeístas e cnbbistas. Jules vê "radtrad" onde não tem, porque o ódio ao tradicionalismo já se tornou nela algo profundamente passional. Por isso enxerga "assombrações" de tradicionalismo em todo lugar.

O terceiro ponto é que, embora Jules fale que devemos anunciar a sabedoria da Igreja e respeitar o clero, ela mesma (i) faz deboche das devoções da Igreja, (ii) critica duramente sacertotes e (iii) não acata a sabedoria da Igreja em diversos temas.

Para ilustrar o ponto anterior, rememoremos que Jules, em outubro deste ano, fez uma sequência de stories atacando um "padre tradicionalista" que lhe pediu que retirasse um quadro no qual ela vestia uma camisa da banda Iron Maiden. Jules não foi polida nas palavras ao criticar o sacerdote:



Jules, nessas horas, esquece São Padre Pio e chama o sacerdote de "o bosta" e afirma que preferia ter "se livrado dele" a renunciar à foto do Iron Maiden e à camisa do Motörhead.

Pois bem, façamos uma pequena digressão de quem são Iron Maiden Motörhead.

O Iron Maiden é uma banda inglesa formada nos anos 70 e uma das mais bem sucedidas bandas de heavy metal do mundo.

Porém, o grupo também é famoso por ter lançado álbuns com símbolos e músicas satânicos. Em 1982, por exemplo, a banda lançou o álbum "The Number of the Beast" (O Número da Besta) e adotou na sua capa a figura do Diabo no inferno, o que foi alvo de extrema polêmica na época.


O vocalista da banda, Bruce Dickinson, explicou que a intenção do uso de símbolos satânicos por bandas de heavy metal era para chocar a sociedade cristã:
"Na década de 50, a Europa era amplamente cristã; as pessoas iam muito à igreja e, geralmente, acreditavam em coisas como o mal absoluto e na existência de um bem absoluto. Mas, ninguém conhecia alguém que fosse absolutamente bom. E, com certeza o mal absoluto existia em algum lugar, porque senão como alguém poderia ser absolutamente bom? [...] O que as bandas de heavy metal fizeram ao adotar imagens satânicas foi chocar as pessoas."

Note-se como a finalidade artística de Iron Maiden era afrontar a fé cristã e causar o escândalo, o que é pecado gravíssimo como veremos a seguir.

Motörhead é uma banda britânica fundada em 1975 e que segue o mesmo padrão afrontoso de Iron Maiden

Os problemas já começam pelo nome da banda. Motörhead é numa gíria britânica se referir aos viciados em anfetamina. O vocalista da banda Lemmy Kilmister escolheu esse nome porque era viciado na droga. Ou seja, o nome da banda é uma homenagem ao vício nas drogas.

Ademais, a banda, seguindo o exemplo de Iron Maiden, também faz referências satânicas e sexuais em seus álbuns e canções, como se observa na capa do álbum "Sacrifice", em que se ilustra pessoas indo para o inferno e o mascote da banda, Snaggletooth, com uma língua num formato fálico e a garganta em forma de vagina.


O criador dessa capa foi Joe Petagno, um conhecido designer no mundo do rock, que foi responsável pela criação de capas para bandas como Led Zeppelin, Nazareth, Sodom, entre outras. Joe, por ocasião do 30º aniversário do álbum Inferno (Motörhead), em entrevista, confessou que o uso dessas imagens se justificava pelo fato dele ser antirreligioso:

"Eles fizeram tudo o que podiam para se livrar desses órgãos genitais [a língua]. É incrível como os órgãos genitais podem irritar as pessoas. Essa é uma piadinha minha e do Lemmy. Nós gostamos de órgãos genitais e Another Perfect Day tinha o pau duplo de cachorro sobre o qual brincamos. [A capa é] as hordas sendo enviadas para o inferno, onde elas merecem estar. E as batalhas sem fim, o ódio, a guerra, a ignorância. Mais uma vez. As pessoas acham que sou antirreligioso, e eu sou. As pessoas acham que sou antiestado, e eu sou. As pessoas acham que sou antiguerra, eu sou. Sou antiqualquer coisa que atrapalhe um indivíduo se tornar inteiro. Minhas opiniões não são sobre tentar provocar as pessoas a se matarem. Estou tentando curar a fenda entre o homem e o espírito. Sou um alarmista. Estou tentando assustar as pessoas de volta para a estrada [da justiça e da liberdade]."

Motörhead, nesse contexto de endosso ao satanismo e à imoralidade sexual, lançou as músicas "Sympathy for the Devil" (Simpatia pelo Demônio), "Devils" (Demônios), "Born to Raise Hell" (Nascido para Comandar o Inferno), "I Seen Satan Coming Honey in a Big Black Cadillac" (Eu vi Satã, querida, vindo num grande Cadillac preto) e o álbum "Inferno", em 2004.

A banda promove o satanismo não porque acredite no demônio, mas porque despreza os cristãos como fica patente na canção "Bad religion". Na música, o eu lírico é ateu que tenta demonstrar sua superioridade em relação aos cristãos:

"Má religião, má religião

Eu não preciso de deuses ou demônios, eu não preciso de nenhum direitos pagãos

Má religião, má religião

Eu não preciso de nenhuma cruz em chamas para iluminar minhas noites

Nazistas evangélicos, vocês não me assustam

O nome que vocês usam em vão irá julgá-los pela eternidade

Eu cuspi no olho de satanás, cuspi bem no seu olho também

Vocês são os fantasmas que estão perseguindo, vocês não sabem o que fazem"

Aqui também funciona a lógica do "o inimigo do meu inimigo é meu amigo". Se o Diabo é inimigo dos cristãos, então Motörhead é amiga do Diabo.

Motörhead também promove a imoralidade sexual, como se observa na música "Sex and Outrage" (Sexo e Ultraje):

"Eu acho que você sabe

Exatamente onde quero chegar

A maneira que você se conduz

Deve ser contra a lei

Está nas suas mãos

Adolescente, por trás dos bastidores, sexo e ultraje."

A respeito de se ler ou ouvir tais músicas, a Teologia Moral católica ensina que nenhum católico pode fazê-lo enquanto hábito sem recair em pecado mortal.

Nesse sentido, Antonio Royo Marín:

"Em geral se consideram maus ou escandalosos os livros, os romances, revistas ou periódicos contrários à fé ou aos bons costumes. Sua composição, edição, venda, compra, leitura ou mera retenção estão ou podem estar proibidos por direito natural por causa do perigo próximo de pecar, do escândalo e da cooperação

(...)

Os escritos contra a fé ou contra os bons costumes - ainda que não se trate dos proibidos expressamente pela Igreja - não podem ser editados, nem vendidos, nem emprestados sem grave escândalo; nem se podem ler assiduamente sem pecado grave um periódico ou uma revista que costumam atacar a Igreja ou seus ministros com relativa frequência" (Teologia Moral para Leigos, n. 551) 

Na mesma obra, Royo Marín também assevera que não é possível a um católico sustentar  espetáculos imorais. Ou seja, os shows dessas bandas também não podem ser vistos ou  apoiados por católicos:

"Cometem gravíssimo pecado de escândalo os compositores da letra e da música, as empresas que os apresentam em seus salões, os atores que atuam neles e os que contribuem com seu direito e aplauso para sustentar esses espetáculos. E pecam gravemente os que assistem a eles sabendo de sua imorabilidade ou periculosidade. Se animam outros a fazer o mesmo, são réus de grave escândalo." (n. 548.3)

Ensina-nos São Francisco de Sales em "Filoteia" que devemos nos afastar não só nos afastar das coisas ilícitas, mas também não criar afeição pelos entretenimentos lícitos, uma vez que nos prendem muito à Terra e minam nossas energias para Deus:

"Necessidade de purificar a alma das coisas inúteis e perigosas

Os jogos, os bailes, os festins, os teatros e tudo aquilo, enfim, que se pode chamar pompa do século, de si mesmos e de sua natureza não são de modo algum coisas más, mas sim indiſerentes, que podem ser usadas tanto bem como mal. Contudo, sempre são coisas perigosas e mais ainda o é afeiçoar-se a elas. É por esta razão que te digo, Filotéia, que, embora não seja pecado um jogo comedido, uma dança modesta, vestir-se rica e elegantemente, sem ares de sensualidade, um teatro honesto tanto quanto à composição como quanto à representação, um bom jantar, sem intemperança, contudo, a afeição que se poderia adquirir a estas coisas seria inteiramente contrária à devoção, muito nociva à alma e de grande perigo para a salvação. Ah! que grande perda encher o coração de tantas inclinações vās e loucas, que o tornam insensível para as impressões da graça e de tal modo tomam posse dêle que não lhe deixam nem energia nem gôsto para as coisas sérias e santas!

Exatamente por isso no Antigo Testamento os nazarenos se abstinham não só de tudo o que podia embriagar, mas até das uvas e do agraço; não é que pensassem que uma uva ou outra os pudesse embriagar, mas assim faziam porque tinham mêdo de que, se comessem o agraço, sentissem o desejo das uvas e, se chupassem as uvas, fossem tentados a beber o vinho." (Cap. XXIII)

A lição que nos resta é que o católico deve renunciar muito além do estritamente proibido para tornar-se santo. 

Contudo, essa lei da vida espiritual ainda está longe do alcance de Jules. Afinal, ela sequer entende ainda porque devemos renunciar a bandas marqueteiras de Satanás...

Aí se compreende porque Jules não consegue amar a modéstia católica e a devoção do véu, mas apenas fazer chacota delas. Jules pensa igual a seus ídolos do rock. Vê o Catolicismo uma amarra do indivíduo. Jules, por exemplo, se irrita e acha extremamente anormal mulheres usarem véu na Igreja chamando-as de "cosplay da Congregação Cristã do Brasil":



Mas acha normal postar uma foto sua em que mais parece ter saído de Woodstock:


E não estamos exagerando. Woodstock não nos deixa mentir:


Isso é pura dissonância cognitiva e ela é causada, sim, pelo apego ao mundo. O mundanismo impede que Jules e tanto outros compreendam as máximas de Cristo. Por isso Jules já chama o bem de mal e o mal de bem e prefere amar uma banda que desenha p... e v... nos seus álbuns e detestar um padre que vê corretamente tudo isso como um grande impedimento ao crescimento espiritual.

Ora, sabemos pela Teologia Ascética católica que o remédio para isso é renunciar ao mundanismo, ainda que isso implique em romper com muitas coisas. 

Assim ensinam os teólogos:

Antonio Royo Marín:

"Esta necessidade imprescindível de repelir o espírito mundano e abraçar o espírito evangélico traz consigo, indubitavelmente, uma série de dolorosas renúncias que afetam cheio a qualquer cristão, sobretudo caso se trate de um leigo que tem de viver forçosamente em meio ao mundo e respirar por todo lado o seu deletério ambiente. Imagine-se tão-somente a quantidade de privações e renúncias que terá de se impor esse leigo a fim de simplesmente evitar o pecado (mortal ou venial), que de modo algum está autorizado a cometer. Com apenas um traço da caneta, é preciso riscar da lista de coisas permitidas ao leigo todas aquelas que suponham, ao menos, um simples pecado venial. Por duro que isto pareça, é coisa tão clara e evidente que nenhum cristão em são juízo poderá jamais colocá-la em discussão." ("Espirtualidade dos Leigos", n. 621)

 Adolphe Tanquerey:

"215. A) Já que o mundo é inimigo de Jesus Cristo, devemos tomar uma posição diametralmente oposta às máximas e exemplos do mundo, repetindo-nos muitas vezes o dilema de S. Bernardo: «Ou Cristo se engana ou o mundo erra; ora é impossível que a Sabedoria divina se engane: Aut iste (Christus) fallitur aut mundus errat; sed divinam falli impossibile est sapientiam. Visto que há oposição manifesta entre o mundo e Jesus Cristo, é absolutamente necessário escolher posição, porque ninguém pode servir a dois senhores ao mesmo tempo. Ora, Jesus é a Sabedoria infalível; é, pois, Ele que tem as palavras da vida eterna, e o mundo é que se engana. A nossa escolha, pois, bem depressa será feita: porquanto diz S. Paulo, nós rece- bemos, não o espírito deste mundo, mas o Espirito que vem de Deus: «Non spiritum huius mundi accepimus, sed Spiritum qui ex Deo est». Querer agradar ao mundo, acrescenta ele, é desagradar Jeus Cristo: «Si hominibus placerem servus Christus non essem». E S. Tiago acrescenta: «Quem quer ser amigo do mundo, torna-se inimigo de Deus: Quicumque ergo voluerit amicus esse saeculi huius, inimicus Dei constituitur»" (Compêndio de Teologia Ascética e Mística)

As Sagradas Escrituras também alertam que aqueles conheceram a Lei de Jesus Cristo e depois se deixaram vencer pelo mundo se tornam piores do que aqueles que nunca conheceram:

"Com efeito, se aqueles que renunciaram às corrupções do mundo pelo conhecimento de Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador, nelas se deixam de novo enredar e vencer, seu último estado torna-se pior do que o primeiroMe­lhor fora não terem conhecido o caminho da justiça do que, depois de tê-lo conhecido, tornarem atrás, abandonando a Lei santa que lhes foi ensinada. Aconteceu-lhes o que diz com razão o provérbio: O cão voltou ao seu vômito (Pr 26,11); e: A porca lavada volta a revolver-se no lamaçal." (2 Pe 2, 20-22)

Jules justifica o apego a essas bandas anticatólicas alegando amor à si própria. Sim, concordamos com ela. Sua rejeição à Sabedoria da Igreja é porque ama demasiadamente a si mesma, pois falta-lhe, em suma, humildade verdadeira.

Quando não há verdadeira humildade o Catolicismo se torna realmente algo incômodo, um fardo a se carregar.

Conclusão

O problema de Jules e de outros que pensam como ela não é o catolicismo tradicional, mas não amarem suficientemente a lei de Cristo. Continuam muito atados ao espírito do mundo e por isso enxergam o Catolicismo como um peso, como uma oposição à felicidade, ainda que se enxerguem como católicos.

A respeito, recomendamos o Sermão "Sou Feliz por Ser Católico?" do Pe. Ivan Chudzik, IBP, que diagnostica esse problema em muitos católicos atuais.


quinta-feira, 31 de outubro de 2024

Desnudando o "O Catequista". Como "O Catequista" e Miguel Soriani são parte do mesmo problema.

No artigo "Assédio, agressão e ataques à "bolha católica"", comentamos que o caso Miguel Soriani talvez fosse um sinal de uma erosão da nova onda conservadora do Catocilismo pós-pandêmica, essencialmente marcada por ser moralmente laxista, feminista, antitradicional e dinheirista. Argumentamos que o Miguel Soriani era filho dessa onda.

Conforme expomos no artigo "Conservadores católicos se rendem à imodéstia", a página de Instagram O Catequista certamente é um dos maiores expoentes dessa onda. O que decidamente marca a principal característica da página é o seu laxismo moral.

Relembremos que O Catequista já apoiou: católico organizar festa de casamento LGBT, pessoas casadas darem carona para colegas de trabalho do sexo oposto, banhos públicos e mistos, uso de leggings na academia, entre outros.

A lista é imensa e, infelizmente, a tendência é de crescimento.

Recentemente, como dissemos, estorou nas redes sociais o caso Miguel Soriani, um terapeuta católico que vendia cursos e consultoria contra a pornografia, mas que, ao final, sucumbiu a ela e passou a trair a esposa encaminhando nudes para suas seguidores e pedindo o mesmo delas.

A página O Catequista foi uma de muitas que não só criticou o terapeuta como também tirou sarro da situação.


Apesar de Soriani merecer todas as críticas, consideramos o hábito do Catequista e de outras páginas de debocharem dos outros por causa de suas faltas lamentável. A derrisão ou zombaria, que consiste em expor a faltas alheias para ser alvo de chacota dos outros, é pecado, como ensina Antonio Royo Marin em sua "Teologia Moral para Leigos":

"821. Entende-se por zombaria ou derrisão do próximo o vício ou pecado de lançar na face do próximo suas culpas ou defeitos de forma jocosa para envergonhá-lo diante dos demais.

O zombador não trata diretamente de injuriar o próximo (isso é próprio do contumelioso), mas unicamente de ridicularizá-lo diante dos demais. Claro que indiretamente obscurece também a honra do próximo, e neste sentido a derrisão se relaciona muito de perto com a contumélia, da qual constitui uma subespécie.

Este feio pecado se opõe diretamente à justiça - porque viola o direito do próximo ao apreço e estima dos demais - e indiretamente à caridade. Se o zombador pretender diretamente o desprezo do próximo, faltará direta e gravemente à caridade."

Assim, a atitude de O Catequista merece todo o nosso reproche. Porém, o que vamos demonstrar a seguir é que a página, apesar de zombar de Soriani, não é uma real opositora das atitudes dele.

Em uma recente resposta à caixinha de perguntas do Instagram, O Catequista deu uma resposta a respeito da licitude de um católico assistir o reality show "Largados e Pelados". Vejamos:


"Largados e Pelados" é um reality show americano, no qual os participantes são enviados nus para lugares inóspitos para sobreviverem dias ou semanas. Muitos dos participantes são pessoas que não se conhecem, de sexos opostos e até mesmo casadas. Ocorre muito a situação de um homem casado dormir com uma mulher solteira ou casada, ambos nus, numa cabana improvisada.

Devia ser evidente para qualquer católico de consciência bem formada que o reality show é imoral, uma vez que promove o nudismo, a infidelidade e a imodéstia dos participantes. Lembremos que o compartilhamento de leito e cama (tori et mensae) e a visualização da nudez do próximo são direitos exclusivos dos esposos.

Porém, o que são verdades muito evidentes para este modesto blog são coisas inalcançáveis e incompreensíveis para o O Catequista. Notemos como a página responde a pergunta do seguidor.

Primeiro, o O Catequista, que tanto ataca os influencers, responde a pergunta igual um, isto é, dando bronca no seguidor e pedindo pra comprar o seu produto salvador.

Após, a página aborda a questão reduzindo o problema moral do programa à existência ou não de tapa sexo.

A resposta é bastante reveladora, porque, no fundo, traz à luz o que O Catequista verdadeiramente pensa sobre várias coisas. Fica mais fácil entender os seus posicionamentos morais, porque eles nada mais são do que uma consequência lógica da adesão de vários princípios morais laxos. Senão vejamos:

a) Se é possível aceitar que pessoas não casadas durmam juntas nuas, então não há inconveniência de um homem casado dar carona para uma colega do trabalho.

b) Se é possível assistir um programa de pessoas nuas cobertas apenas por um tapa sexo digital, então não há problemas de pessoas seminuas usarem biquínis ou sungas na praia.

c) Se é possível se entreter com um programa que incentiva o nudismo, a luxúria e a infidelidade conjugal, então que mal haveria em levar a família ao Carnaval, à praia ou aos festivais de Halloween?

Daí se vê que a dificuldade da página em condenar entretenimentos notadamente mundados decorre de uma consciência moral deficiente e cauterizada pelo laxismo.

Entretanto, para o que nos interessa neste artigo, a resposta revela ainda mais: o O Catequista adere todos os princípios que levaram Soriani à queda.

Expliquemos.

Ora, se é lícito ao católico assistir um programa de nudismo onde se pratica a infidelidade conjugal, como se pode condenar um homem casado, como Miguel Soriani, pelo compartilhamento de nudes com outras mulheres? 

Diríamos até que o O Catequista incentiva algo ainda mais grave, pois "Largados e Pelados" promove todas essas coisas em rede nacional enquanto Soriani o fez apenas no particular.

Alguém dirá: "Não é a mesma coisa. O Catequista defende o uso de "tapa sexo digital".

Na verdade, é a mesmíssima coisa. Como dissemos em vários lugares deste blog, não é o bastante cobrir as partes íntimas para tornar a coisa aceitável. É gravemente desonesto e pecaminoso não cobrir as partes privadas e semiprivadas quando se está na presença do sexo oposto, conforme ensina Antonio Peinador Navarro em "Cursos Brevior Theologiae Moralis":

"Não devem ser escusados de pecado grave as pessoas de diferente sexo que mutuamente se olham, conversam, passeiam, etc., quase nuas, nos balneários públicos, com trajes sumaríssimos que cobrem apenas as partes genitais dos homens ou das mulheres e os seios destas últimas. Embora não se procurem movidos por má intenção, entretanto o convívio demorado será necessariamente gravemente excitante. Ademais, quem assim se expõe à contemplação pública, comete pecado de grave escândalo" (COCULSA, Madrid, 1956, t. III, p. 596.)

E Dom Pius Mary Noonan em "Fig Leaves Are Not Enough: Open Letters on Modesty in Dress":

"Vamos começar descartando categoricamente e condenando vigorosamente o biquíni, para o qual não há literalmente nenhuma justificativa. Longe de respeitar a medida da modéstia, é o epítome da extrema e grave imodéstia. Embora satisfaça erroneamente o requisito legal de não estar nu (felizmente ainda existem leis na maioria dos lugares que proíbem a nudez pública), não atende aos requisitos da razão. Sejamos claros: usar um biquíni é estar nu, pela simples razão de que o próprio design não deixa opção ao olho a não ser ver as partes que faltam.
Uma observação simples provará meu ponto. Todos nós sabemos por experiência que tudo o que se destaca visualmente irá capturar e prender nossa atenção primeiro. Por exemplo, se temos um grupo de dez pessoas vestidas de preto e uma no meio vestida de vermelho, é a de vermelho que atrai a maior parte da atenção; a vermelha simplesmente se destaca. O primeiro ponto de interesse chama nossa atenção. Aplicando isso ao biquíni, quando o corpo nu de uma mulher tem apenas duas pequenas peças de roupa que cobrem as partes íntimas, mas revelam cuidadosa e intencionalmente sua forma, o olho do observador é, necessariamente, atraído precisamente para essas partes íntimas. Essas pequenas peças de roupa, portanto, não são projetadas para vestir, mas para revelar, atraindo toda a atenção para essa área. Sendo esse o caso, o observador está vendo essas áreas como objetos — isso explica por que o observador tende a objetificar a mulher — em vez de parte da pessoa inteira.⁠ Portanto, fica claro que o biquíni não é projetado para vestir, mas para despir. Em outras palavras, não se qualifica como roupa e parece ter sido projetado para despertar intencionalmente a luxúria nos homens. Aliás, se o biquíni fosse útil para nadar, nadadores profissionais os usariam, mas não o fazem. Sobre esse assunto, quando você for comprar roupas, lembre-se deste ponto fundamental: roupas são sobre esconder. Se você se pegar perguntando o quanto pode escapar em termos do que revela, você não está realmente procurando por roupas, mas por nudez."

Portanto, sim, o O Catequista é do mesmo time de Miguel Soriani. Debocham do último, mas Alexandre e Viviane Varela levam os filhos à praia moderna, com todos os problemas graves de imodéstia que ela tem, e defendem como eventual entretenimento dominical um programa cujo própósito é promover a nudez e a infidelidade matrimonial.  Pelas premissas aderidas pela página até mesmo a Banheira do Gugu estaria liberada para a família católica.

Em um nível mais profundo e considerando os princípios que se adota, portanto, conclui-se que O Catequista não é uma página realmente oposta ao comportamento de pessoas como Soriani, ao contrário, é uma investidora das mesmas ações (Stonks).

A pergunta do seguidor apenas relembrou vagamente ao O Catequista essa singela verdade, mas a página preferiu reprimir a própria consciência e chamar o seguidor de neurótico, maluco e sugerir a busca de um psicoterapeuta (pelos critérios da página podia ser o próprio Soriani).

Esse tipo de pertinácia do O Catequista já vimos em outros lugares, como demonstramos aqui (onde o O Catequista nega que a condenação dos Papas e teólogos dos banhos públicos seja das praias modernas), e não é um bom sinal. Em geral, significa uma cauterização profunda da consciência para diversos pecados.

Esperamos, no entanto, que um dia a página se atente para o que está fazendo e encaminhe seu apostolado para uma direção realmente sadia.


 

Pe. Chad Ripperger e os ataques histéricos e desonestos de Mike Lewis

Recentemente, o editor do conhecido site católico progressista " Where Peter Is ", Mike Lewis, publicou um artigo chamado " T...